domingo, 20 de março de 2011

Necessidade de escrever.

Faz certo tempo que não escrevo, e isso me deixa extremamente carregada de sentimentos ruins que vão se acumulando, e que chegado algum dia, acabo tendo surtos de depressão.
Eu não tenho mais tido tempo pra mim. Eu respiro direito, penso direito, e leio só sobre direito. Isso não é certo e estou sentindo meu cérebro ser bitolado a uma só coisa, da qual eu tenho certeza não estar apaixonada. E o pior nem é isso. Simplesmente o Direito faz com que as minhas possibilidades no exterior se tornem pó, onde eu só teria condições de exercer em lugares como Alemanha ou França, quando o que eu mais queria era ir para a Inglaterra, ou para o Canadá.
Só para esboçar um rascunho. Nosso sistema de Leis é baseado na Constituição Alemã, que por sua vez é diferente desses lugares que eu quero ir, onde este é "Common Law", Direito baseado na Jurisprudência (conjunto de decisões passadas) do País em questão. 
Isso, somado ao fato de o meu trabalho servir SÓ pra pagar a faculdade, tem me deixado muito filha da puta com essa situação, se me perdoam o termo. Eu não tenho tempo para nada do que eu gosto, não acho o direito interessante o suficiente para ler somente coisas dele e não tenho como viajar e utilizar a minha graduação daqui lá, porque é obsoleta. Aí vocês me perguntam: Então porque DIABOS tu faz direito?", e eu, sinceramente, não sei. Estou cheia de dívidas com essa faculdade, fazendo uma coisa que eu não gosto, com patricinhas burras que vão rodar no 1º semestre, mas que vai me dar dinheiro pra esse país que eu não quero morar por toda a minha vida. Às vezes me dá vontade de gritar no meio da sala, porque o pânico é muito grande, e porque eu não fui corajosa o suficiente pra fazer uma coisa que eu realmente gostasse de fazer.
Hoje eu fui em uma feira de intercâmbio e me deprimi mais ainda. Queria morrer, me atirar daquele andar, porque ali eu soube que eu ia ser infeliz com Direito, e que talvez eu não siga essa carreira quando eu me formar. A única coisa que me mantém na faculdade é a possibilidade de eu ir para a Escócia, que não sai da minha cabeça nem por um segundo, e que me motiva a ler tudo o que tenho lido, a ir todos os dias e a trabalhar feito bicho, com estagiários molengas metidos a sabe tudo.

Meus amigos, também. Todos sumiram. Falo muito pouco com alguns e, sinceramente, parece que não se importam comigo. Eu, morta ou viva, não faz nenhuma diferença. Conheci algumas pessoas na faculdade que são legais, mas que de certa forma se deram melhor entre elas do que comigo. Perdi espaço pra uma guria de 16 anos, só porque ela é meiga. Eu não nasci pra ser meiga, e graças a Deus sou do jeito que sou. É por isso que a faculdade, em certo ponto, me lembra os colegas do cursinho, os quais quero esquecer e queria nunca ter tido o desprazer de conhecer. 
Não vou me prolongar muito, porque não tenho tempo pra escrever mais. Tenho uma prova da faculdade pra estudar para terça, e amanhã não terei tempo de ler nada.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Significâncias da vida; pensamentos pré ano novo.


Acho que há algo extremamente errado comigo. Sinto-me como se eu fosse um hiato, presa nesse lugar e nesse momento que chamam de vida. Por vezes me perguntei: qual é o propósito de eu estar vivendo? Por que eu penso e os outros animais seguem seus mais puros instintos? E continuo me perguntando, até que cheguei a uma resposta que me basta, até eu me cansar dela. Estou aqui para fazer alguém feliz.

Até aí, tudo muito bonito. Mas o que é felicidade? E mais: e se for ao contrário? E se eu não puder fazer alguém feliz e trouxer só aborrecimentos e chateações à vida dela? Eu não consigo ser alguém alegre o suficiente para esse feito, não agora. Eu vejo tudo pelo lado realista, que as pessoas chamam de negativo. Sou uma pessoa triste, tenho sérios problemas de ver as coisas pelo lado bom e penso que a vida dos outros sempre será e é melhor do que a minha. Isso é horrível, mas é como eu me sinto no momento. Ninguém consegue perceber isso, a não ser uma única pessoa, a qual não merecia nenhum dos meus sofrimentos e não tinha nada a ver com a história até então.

Essa pessoa passou a ser uma das coisas mais importantes da minha vida, e sem ela agora, eu acho que perderia todo o sentido de viver. Tudo tem perdido o sentido para mim. Um irmão que tem o rabo preso com a esposa; uma irmã que eu gosto muito, mas que tem os problemas dela e eu não quero incomodá-la com nada; uma mãe que eu amo, mas que não entende nada de mim e que possivelmente não sabe que certas palavras machucam, e certas coisas não deveriam ser ditas, não da forma que foram pronunciadas.

A sociedade fez com que eu me sentisse angustiada em mostrar que eu sou capaz de realizações grandes, que as pessoas podem sentir orgulho de mim. E com isso eu sempre me senti presa, sufocada e sob pressão, com o relógio sendo o meu chacal. Sempre senti que era menos que meus irmãos, que eles, por serem mais velhos e serem programados, tinham uma vida digna de orgulho. Hoje eu vejo que superestimei todo mundo, principalmente ao meu irmão, cuja vida eu acho extremamente infeliz. Tudo isso eu aprendi sozinha, com uma mãe que me fez “por acidente” e que vivia me comparando com meus irmãos, mesmo não se dando conta, mesmo dizendo que não era verdade e que eu estava fazendo drama e, finalmente, mesmo eles tendo 4 anos a mais do que eu.

Todas essas coisas se somaram, e hoje eu aprendi que chorar não é sinônimo de fraqueza. Tive de aprender, afinal, a minha vida toda sempre foi meio triste. Seres humanos têm tristezas, claro, mas eu fui multiplicando-as, até criar uma bola de neve gigante. Meus problemas eu sempre fui adiando, esperando o tempo resolver, porque me ensinaram que o tempo cura tudo. O fato é que isso é mentira, eu tenho que encarar o problema de frente, vomitar tudo o que eu sinto e dizer “pronto tempo, foda-se você”

Isso tudo foi só para introduzir o quanto eu abomino essas festas de final de ano. Tudo perdeu o sentido, como a postura da minha família; tudo tem um fundo de tristeza, como eu. Natal virou sinônimo de compras, e se tu não dá presente, parece que é menos por isso. Senti isso na pele, nesse natal, no ano em que tirei minhas conclusões maiores a respeito da minha vida. Eu não dei presente algum, e posso estar enganada, mas não vi sequer um olhar sincero para mim, naquele momento. Não tenho como culpar a minha família, afinal, a sociedade acerta a todos. Vai acertar a mim também, um dia, quando meus filhos forem infectados pela história do papai Noel. O que mais me dá raiva é o fato de o significado do natal ter se perdido. Papai Noel é mais importante do que o Menino Jesus, e isso está vindo de uma descrente, que se nega a rezar por obrigação em cada santa refeição do dia, regra imposta pelo padrasto novo.

E é por isso que nesse 2011, tudo que eu peço é paz de espírito, e uma única chance de provar que eu posso ser aquilo que se espera de uma filha sem um pai presente: a superação e o ressarcimento de todo o dinheiro investido no meu futuro, se é que ele existe.

Espero um dia olhar para trás e perceber como eu era ridícula, mas acredito que a insignificância da vida só tende a crescer no meu pensamento, e eu só irei viver porque não sei o que me espera em alguma outra vida, ou se tudo acaba aqui mesmo.

Sei que isso tudo são palavras jogadas ao vento, mas eu sei que estou destinada a grandes feitos ainda, tudo porque eu sou rabugenta e teimosa o suficiente pra insistir no que eu quero, mesmo que derrame muitas lágrimas de desespero por isso.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cansada.


Estou cansada das pessoas, das coisas, dos fatos que acontecem, dia após dia. Cansada da maneira como o mundo gira, normalmente, contra mim. Cansei também das amizades que somem, das pessoas às quais gastei minha energia em vão. Cansei de tudo que é falso, de tudo que fez eu perder tempo e forças para que funcionasse, e, obviamente, não funcionou.
Mas o que me deixa mais triste não é ver tudo desmoronar. É saber que ninguém faz nada para que esse desmoronamento não ocorra, a não ser eu. Eu, que corro atrás das pessoas que mal se importam comigo. Eu, que sigo convidando amigos para sairem, sabendo que nada do que eu faça vai adiantar. E eu continuo sendo a palhaça dessa história toda.

A vontade que eu tenho é mandar tudo à puta que pariu. Jogar tudo pro alto e dizer "chega! Está na hora de vocês correrem atrás de mim". Parece narcisismo, mas não é. É cansaço, de tudo que um dia foi e agora não é mais. O tempo é o maior vilão que eu já encontrei, e o maior herói também, e é nesse paradoxo que eu vivo, incessantemente, até o dia que eu resolver dar um basta em tudo isso.

Não consigo fazer amizades novas simplesmente porque o núcleo ao qual eu convivo é tão cheio de falsidade que faz eu ter asco de estudar num ambiente daqueles. Como é que pode existir gente tão podre e tão nojenta? É eu olhar pra cara de cada uma daquelas meninas e ter vontade de surrá-las, uma a uma. E o primeiro retardado que disser ou ao menos pensar que é inveja minha, um VAI À MERDA bem grande para você.

Pois é. Cansei. Espero que seja uma "fase", como sempre dizem, e que isso passe. Porque senão, não vejo como ser feliz sem pessoas que gostem verdadeiramente de mim.

Tenho que parar de me importar tanto com quem não se importa comigo, aí quem sabe eu aprenda a parar de ser idiota.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A incrível arte de estudar.


Há tanto tempo que não escrevo postagens maiores do que algumas linhas, que acho até que enferrujei. Essa internet vive criando coisas tão mais rápidas e instantâneas que tinha me esquecido do blog, e de como eu tenho necessidade de escrever coisas grande.

Isso só foi perceptível quando tive que aprender a "enxugar" o meu texto e fazê-lo funcionar como uma espécie de máquina, com introdução, desenvolvimento e conclusão. Sempre. Redações acabam com qualquer criatividade que eu venha a ter. Sim, posso ter o mais fantástico dos assunto nas mãos e uma abordagem fácil de fazer; porém, eu sempre vou pelo caminho mais difícil, pela abordagem que talvez ninguém pense.

Enquanto as pessoas escrevem coisas rotineiras, por exemplo, sobre a transgressão, e a inserem em um contexto cotidiano, eu simplesmente abordo outra coisa, que não é comum a todos e que justamente faz o diferencial nela. Minha última redação foi sobre a psicopatia como forma de transgressão inata, a saber.

Enquanto isso, não é só redação que me atormenta. Aliás, ela não é o meu maior problema. A grande dificuldade que tenho é com a matemática. Sim, uma ciência exata que não faz sentido nenhum e um bando de nerds disse que faz. E então eu me pergunto: o que a área do quadrado, ou a área da base vezes altura vai acrescentar no meu curso de Direito? Por que eu preciso aprender a fazer probabilidade e combinatória clássica, se eu vou trabalhar (espero, ao menos) com relatórios e cadáveres?

Falando nisso, é mais sobre isso que ia falar nesse post. Descobri o que verdadeiramente me interessa no campo do Direito. Perícia Criminal. Não tem coisa mais fascinante do que pegar cada detalhe, cada mancha de sangue, e traçar um mapa de um crime. Mas queria ir além. No Brasil, só me daria bem se eu trabalhasse na Polícia Federal, e olhe lá. Trabalhando como um camelo no deserto, também. perito da Polícia Federal ganha 13000 por mês. Já me basta, pra início de conversa. Viveria muito bem com essa quantia.

Enfim. Minha vida tá completamente virada. Tenho estudado 9h por dia. Sim, não é brincadeira. E acho que se eu tentasse uma láurea acadêmica, possivelmente não iria conseguir.

E outra coisa que tá me deixando fdp é o fato de ter que fazer faculdade medíocres, só porque não consigo primeiro lugar na PUCRS e principalmente não consigo passar na UFRGS.

Essa vai ser minha primeira tentativa, com 19 anos.... Dia 9 de janeiro começa a maratona de 4 dias de prova, e isso vai definir o meu humor pelo resto do ano.

É matemática, você provavelmente vai me derrubar. Mas por enquanto não quero pensar nisso, tive uma luz no fim do túnel com química e pretendo seguir nesse rumo. Se alguma matéria tiver que me derrubar, que seja SÓ matemática. Senão, vou me sentir uma completa inútil que fez um cursinho pra nada.

domingo, 5 de setembro de 2010

Bora atualizar isso, com mais um post depressivo.




Bem, esse blog era pra ser algo mais como uma parte escura de mim, e vem suprindo essa necessidade. Só não esperava que certas pessoas lessem, mas enfim, isso não muda nada. Só o fato de liberar tudo aqui é quase como uma terapia.
Pois bem... To cansada de bater na mesma tecla, mas enquanto nada mudar, será sempre assim... Até a minha vida tomar um rumo, acredito que não vou parar de escrever sobre isso...
Ainda acho a vida uma coisa bem inútil. Nascemos, crescemos, passamos 1/3 dormindo, 1/3 trabalhando e o resto comendo, no banheiro e fazendo sexo, resumidamente. Poucos têm a sorte de fugir disso, porque vivemos num mundo capitalista onde as pessoas têm que se ocupar pra não entrar no ócio e começar uma onda de suicídio.

Enfim, eu sou uma dessas pessoas que quer fugir dessa vida chata. Mas como o capitalismo pega pesado, nem eu que sou um ser mais racional do que a maioria pode achar que sem trabalho vai sair do lugar. E é esse o ponto-chave da minha maior agonia terrena: o emprego sem perspectiva e com o salário ruim.
Eu não sei como é que as pessoas conseguem viver com um emprego de merda, não entendo e acho que nunca vou entender. E quando eu digo emprego de merda, to dizendo algo em torno dos 700, 800...
Sinceramente não nasci pra ganhar isso... E não me venha com "ai, tu é muito nova, tá recém começando no mundo do trabalho, tem que começar de baixo". UM CACETE. Quem foi o idiota que disse essa porra?

Outra coisa que me deixa com raiva é o fato de eu não poder ser feliz num emprego que eu goste simplesmente porque não paga bem. A vida é uma só, temos que aproveitá-la ao máximo. Certo, até aí todo mundo sabe. O que não entra na cabeça dessa gente imbecil é que 60% no MÍNIMO é infeliz trabalhando em escritório, fazendo contabilidade, salvo alguns que amam essas coisas, o que acho digno de pena. E para os 40% restantes há uma subdivisão: os correram atrás dos seus sonhos e hoje um bando de sem cérebros os seguem no twitter e os que correram atrás dos seus sonhos e viraram grandes gênios que ganham relativamente bem, mas não são devidamente reconhecidos, o que acho uma grande estupidez, visto que a massa de animais humanos não se difere dos animais irracionais, nesse e em diferentes aspectos...

Esse texto não vai ficar como eu queria, porque já é tarde e eu levanto cedo amanhã... Mas queria deixar uma coisa bem clara: Se eu tiver que ser infeliz, serei ganhando um salário não inferior a 20 mil reais. E tenho dito.

sábado, 19 de junho de 2010

O verdadeiro significado de amar.



Acho que desde a minha primeira experiência em relacionamentos, eu fui anestesiada.


Aprendi a ser uma pessoa mais fria e inerte a tudo, inclusive a carinho, e ao sentimento de entrega. Nisso fui construindo uma barreira no meu coração. Pode soar o mais clichê de todas as frases, mas mulheres e até homens já passaram por isso, e quem não passou, talvez não tenha vivido de verdade, e se viveu, ao menos uma decepção relativa a esse assunto deve ter na balança da vida.


Meus avós, que são o casal mais lindo que já tive o prazer de presenciar, bem no início tiveram uma decepção. Se eles, que encontraram o felizes para sempre já sofreram ao menos no início, quem está imune, não é? Ainda vejo um certo ar de jovem apaixonado quando observo o meu avô olhar para a minha avó. 55 anos de convivência e um amor verdadeiro, sonho de todo romântico, creio eu.


Pois bem, dito isso, fui caminhando com as pernas bambas, indo de encontro a quem sabe, algum novo amor que pudesse substituir aquela decepção horrível, que uma jovem de 15 anos tímida e ingênua tinha sofrido. Haviam pisado em um coração frágil e ele não conseguiu se recuperar desde então.

Passaram-se anos, e a frieza já fazia parte de mim. Já não era carinhosa com mais ninguém, encontrei no humor uma forma de mascarar toda a tristeza que ainda sentia em meu peito. Por noites chorei lágrimas de desespero, de sofrimento. De dor.

Então foram passando horas, dias... As lembranças foram ficando para trás. Elas permaneceram com a mesma nitidez, mas agora eram suportáveis e o ódio tomava conta de tudo o que eu sentia: nojo, repulsa, principalmente de mim. Mas uma coisa não desapareceu. A saudade que eu tinha de estar apaixonada, de amar com todas as forças, de me sentir viva.


Muitas vezes quando passamos por uma decepção grande, temos dificuldade de enxergar com clareza o que está na nossa cara. Às vezes é tarde demais para perceber e acabamos perdendo algo que no início achávamos insignificante.


Em 2009 eu já estava recuperada por completo, mas as marcas eram tão perceptíveis que todos os meus relacionamentos não duravam mais do que 2 meses. E eu nem de longe sentia o que havia sentido naquele ano. Era simplesmente o desejo de ter alguém, nada mais.


E então conheci alguém que mudaria isso em mim. Alguém que derrubou não só a barreira que eu havia construído, mas a vontade de estar junto o tempo todo, de carinho, de confiança. Enfim, o sentido de amar.


Demorei, sim, para descobrir que ele fizera tudo isso em mim. Ninguém quer admitir as próprias fraquezas, nem que pra isso as mascare. Portanto, no início, eu não sentia nada. É verdade, não sentia nada além do que senti pelos outros, que duravam tão pouco tempo. Tive medo de magoar mais um coração com a minha tristeza passada. Mas o tempo foi passando, foram surgindo momentos, coisas nossa, piadas, estava surgindo uma intimidade que eu nunca tive com ninguém. Isso me deixou em pânico, por vezes pensei em terminar, por medo. Medo de estar abaixando a guarda, de estar destruindo a parede frígida de sentimentos inexistentes.

E foi nesse dia, hoje, que tive mais medo ainda. Foi um medo terrível que tomou conta de mim. Como eu posso gostar tanto dele? Como isso chegou a esse ponto? Como eu deixei isso acontecer?

O receio de me entregar por completo ainda é grande, mas ele apareceu, e o desejo de amar, também. Em todos esses anos, nunca quis me entregar a ninguém. Nunca disse que amava ninguém. E quando estava com uma pessoa, tinha medo de estar enganando-a por não retribuir o sentimento.

Hoje o sentimento é outro. Tenho medo, sim, mas não de magoá-lo, e sim de me magoar, por tornar a intensidade do sentimento mais forte. A racionalidade faz parte de mim, e ela está em conflito com o sentimentalismo. Mas sempre quando eu olho em seus olhos, eu vejo uma paz e um calma, como quem diz tudo bem, eu posso me entregar por completo. Então os pensamentos interrompem e começa um ciclo vicioso de razão x emoção.

Mas de todas as coisas, o verdadeiro significado de amar, pra mim, está aparecendo aos poucos. E a felicidade, enfim, está conseguindo me alcançar de verdade.
Ele pode não ser tudo o que qualquer mulher deseja e sonha pra si, mas ele tem o que eu preciso, e o que falta em mim, pra me complementar. Ele tem o que se encaixa perfeitamente pra mim. E é por isso que agora, eu acredito no tempo e no destino, inclusive. Porque se eu não estivesse lá naquele local e naquela hora, talvez as coisas teriam acontecido de um jeito totalmente diferente.
Pode não durar para sempre, como o amor dos meus avós, mas o tempo não é importante, porque a sensação que tenho quando estou com ele é que o tempo não existe. O que existe somos eu e ele e nada mais.

domingo, 23 de maio de 2010

Pensamentos avulsos.


Faz tempo que não posto aqui, então tá na hora de atualizar essa bosta.

Sempre quando eu to mal, eu gosto de escrever, parece que me tira um peso que excede meus limites, logo, é um blog cheio de posts depressivos. :)

Tenho medo que minha vida culmine em um único momento, tenho medo de fracassar. O medo tem regido a minha vida nesses últimos tempos e não sei como reverter esse processo. E não é só o medo que me tem feito refém de mim mesma, mas também a série de coisas na qual eu não consigo me focar, levar adiante e consequentemente fracassar nelas. Nada na minha vida eu posso dizer que conquistei de verdade. Não tenho nenhuma vitória, exceto estar viva, o que não sei se chega a ser algo bom, no momento. Eu só me mantenho viva por causa das pessoas que amo. Se eu fosse uma pessoa egoísta, Deus sabe onde eu estaria.

Ultimamente, com a mudança de ares e minha vida tão movimentada quanto um lago, é difícil não pensar em certas coisas inevitáveis. A minha vontade foi sugada, não tenho mais aquele brilho que tinha quando eu fazia algo produtivo. E pra sair desse buraco, eu realmente não sei como fazer, nem se tenho forças pra isso.

Às vezes acho que sou um empecilho, um peso a mais que as outras pessoas carregam.

Meus amigos viraram história. Simplesmente desapareceram. Poucos restaram.

Não tenho nem mais vontade de fazer novos amigos, nem de tentar cultivar os que perdi.

Não saio mais de casa com frequência. Estou hibernando, quase adquirindo uma síndrome do pânico.

Estou vendo minha vida virando cinzas na minha frente. É como se ela estivesse dentro de um vidro e eu não pudesse fazer nada, porque não tenho forças pra quebrar esse vidro e interferir.

As coisas que me alegravam simplesmente não tem mais o efeito que tinham. E se têm, é por um tempo bem menor do que antes.

Até as coisas que fazia bem, não faço mais, como escrever. Meu vocabulário foi reduzido a pó.

Não tenho mais criatividade pra nada.

Acho que morri e esqueceram de me contar. Ou então tem algo realmente errado comigo.